Advogada, especialista em Direitos Humanos e atual Coordenadora de Defesa de Políticas para Pessoas com Deficiência da Prefeitura de Santos.
Aos 25 anos, durante a gestação do Bernardo, Cristiane recebeu o diagnóstico de síndrome de Down (T21). Em uma época em que a informação era limitada e o preconceito ainda mais presente, inclusive entre profissionais da saúde, viveu uma gravidez marcada por dúvidas, medo e desinformação. Ainda assim, havia uma certeza inabalável: Bernardo era seu filho, e amor e compromisso não lhe faltariam.
Nos primeiros anos, enfrentaram juntos internações, quimioterapia e a luta contra uma leucemia mieloide aguda. Nesse processo, Cristiane percebeu que a T21 era apenas um detalhe diante da batalha pela vida do filho e, de certa forma, também parte da sua cura. O acolhimento veio de outras famílias, que abriram suas experiências, blogs e grupos na internet, formando uma rede que a tirou da solidão e da paralisia.
Hoje, com 20 anos, Bernardo é um jovem adulto, trabalhador e motivo de orgulho diário. A construção de sua autonomia foi e continua sendo um trabalho contínuo, que exige firmeza, afeto, informação e enfrentamento constante ao capacitismo estrutural. Cristiane defende que inclusão começa dentro de casa com oportunidade, limites, amor e a visão do filho como cidadão em desenvolvimento.
Além do Bernardo, sua filha Valentina também é parte central de sua missão. Foi através deles que Cristiane encontrou sua vocação: transformar a realidade, educar pela inclusão e lutar para que direitos sejam garantidos.
Hoje atua como Coordenadora de Defesa de Políticas para Pessoas com Deficiência dentro da Prefeitura de Santos, e tem certeza de que está cumprindo a missão que Deus lhe enviou através da sua trajetória de vida com o Bernardo e a Valentina.
Bernardo mudou completamente sua forma de enxergar o mundo, rompendo a antiga vida cor-de-rosa e confortável e revelando uma sociedade ainda despreparada para acolher a diversidade humana. Cristiane segue firme, movida por fé, resiliência e amor, acreditando que, se cada pessoa fizer sua parte, uma sociedade mais justa, informada e inclusiva floresce.
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