Fernanda Estevão é mãe do Bernardo, de 10 anos, um menino autista cheio de energia, personalidade e vontade de explorar o mundo. E foi justamente por ele, e por tantas famílias como a sua, que ela decidiu transformar uma dor antiga em um propósito gigante.
Durante anos, Fernanda enfrentou uma realidade vivida por muitas mães atípicas: a dificuldade de encontrar um espaço onde seu filho pudesse praticar atividade física com segurança, respeito e acolhimento. Entre tentativas frustradas e portas que se fechavam, ela percebeu que, mais do que acesso ao esporte, Bernardo precisava de um lugar que entendesse suas necessidades, sua forma única de perceber o mundo e, principalmente, sua dignidade.
Cansada da luta solitária, Fernanda se recusou a aceitar a falta de oportunidades. Movida pelo amor ao filho e pela certeza de que a inclusão precisa existir também nos espaços de lazer e saúde, ela tomou uma decisão corajosa: trazer para Santos a primeira academia voltada exclusivamente para pessoas neurodivergentes, uma unidade da Academia Rodrigo Brivio GêDois.
Hoje, esse espaço pioneiro acolhe crianças, adolescentes e adultos, com ou sem diagnóstico, oferecendo atividades baseadas em evidências científicas e adaptações sensoriais que respeitam cada corpo e cada mente. Lá, pessoas com autismo, Síndrome de Down ou outras condições encontram profissionais capacitados, rotinas personalizadas e um ambiente onde podem desenvolver habilidades motoras, comportamentais e sociais com autonomia e alegria.
Mas por trás desse projeto grandioso existe uma mãe que conhece, na pele, o peso e a beleza da maternidade atípica. Fernanda sabe o que significa lutar por direitos básicos, enfrentar olhares, quebrar barreiras e reinventar caminhos. Sabe o que é sentir medo, e mesmo assim seguir.
Como ela mesma diz:
“Depois de muita luta para incluir meu filho nas academias e permitir que ele praticasse um esporte, tomei a iniciativa de criar um espaço que beneficie não apenas ele, mas todos os neurodivergentes.”
O que começou como uma busca por pertencimento para Bernardo tornou-se um presente para toda a cidade. A academia é mais do que um espaço de exercícios: é um reduto de progresso, dignidade e esperança. É prova concreta de que quando uma mãe luta, ela move estruturas inteiras.
A história de Fernanda mostra que a inclusão nasce do amor, e que esse amor, quando vira luta, tem força para transformar a vida de muitas famílias.
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